Bom, estamos chegando ao fim de nossa jornada (na verdade, nossa jornada já acabou faz tempo, me refiro ao blog mesmo ^^), e como prometido juntamente com este penúltimo dia de viagem, posto também o trailer do filme.Me desculpem a demora mas é que acabei me atrapalhando com um monte de coisas mas enfim aqui estamos.Sem mais conversa.

Dia 6- 15/02/2010 – City Boys

“`Cause l want to be
Where my soul can run free
Well, l`m just a city boy
Looking for a home
Now, l don`t
Want to be no prisoner
And l sure don`t want
to be no slave
l want look out at night
And see stars in the sky
The Little Dipper
And the Milky Way
l can`t sleep
lt`s too loud
And everywhere
Everywhere l go, you know,
there seems to be a crowd
And l`m tired of
all these concrete streets
l want to feel the dirt
Up under my feet”

City Boy- Keb’Mo’   tradução

Acordei por volta das 6h30, Zico havia se levantado um pouco mais cedo pra ir acendendo a churrasqueira do lugar, onde iriamos fazer nosso café da manhã.Levantei e coloquei a blusa, embora estivesse frio, era bem mais suportável, e o fato de termos dormido bem e comido bem na noite anterior, além de acordar num lugar belíssimo e ao som de uma corredeira, fizeram com que fosse uma manhã muito mais agradável.

Estava um pouco escuro ainda, graças à infra-estrutura do lugar, pudemos ir ao banheiro, lavar rosto, fazer nossa comida e escovar os dentes, fizemos tudo considerávelmente rápido, já que tinhamos que estar 7h no colégio para encontrar os nossos guias até a pedra do Baú, afinal, esse seria o grande dia, o dia em que chegaríamos ao nosso objetivo, a pedra do Baú propriamente dita!

O combinado era que chegaríamos no colégio, nos encontraríamos com os guias e mais umas 40 pessoas do retiro que iriam pra essa trilha, iríamos o caminho todo juntos até os “pés” da Pedra, mas lá apenas eu e Zico subiríamos, e depois voltariamos sozinhos.O problema foi que chegamos um pouco atrasados, afinal desfazer o acampamento foi trabalhoso, chegamos lá por volta das 7h20, o grupo já tinha saido segundo informações de umas pessoas que não foram para a trilha.Pudemos deixar nossas mochilas lá saindo apenas com uma mochila pequena e com pertences necessários: garrafa d’água e cameras.

Eles eram mais de 40 pessoas, em sua grande maioria sem um bom preparo físico e numa trilha consideravelmente difícil, eu e Zico eramos apenas dois (uu, brilhante matemática) com apenas uma bagagem e com um ânimo de fazer a trilha quase correndo.

De forma resumida, chegamos à bica(que podemos considerar como metade do caminho) uns 20 minutos antes do grupo.Mas pra vocês não acharem que estamos nos metendo com magia negra, vou contar com mais detalhes como fizemos isso.

Os fatos são esses: nós tinhamos uma vaga noção do caminho a seguir até a pedra, lembrávamos de alguns detalhes, então decidimos seguir essa nossa intuição, ao passos acelerados fomos seguindo pelo caminho de volta até a cachoeira, de lá havia um desvio que sabiamos que fazia parte da trilha até a pedra.Seguimos por cerca de 30 ou 40 minutos num caminho relativamente cansativo, muitas subidas bem acentuadas e solo bem irregular.

Foi interessante analisar o solo, dava pra ver claramente no chão à nossa frente as marcas de centenas de passos, de calçados diferentes, era fácil julgar que eles tinham passado ali não fazia muito tempo.Em determinado momento, chegamos à um ponto que fazia uma bifurcação, uma rodovia, asfaltada e subindo, e um caminho de terra, decidimos ir pela rodovia, e depois de poucos metros andando, vimos um carro subindo.Nosso impulso já fazia com que levantassemos a mão em sinal de carona, mas o que nos fez ganhar essa foi que o motorista estava com a janela aberta, passando devagar e o Zico gritando “Carona ai Grande!!”.

Conseguimos carona até o mesmo estacionamento da tarde anterior onde os guias haviam nos dado carona, de lá nós já tinhamos uma noção maior do caminho e em menos de 30 minutos estávamos na Bica, nos refrescando e pra nossa surpresa, não havia nem sinal do grupo.Nós passamos eles, acredito que quando pegamos a carona, estávamos muito perto de encontrá-los, mas ultrapassamos e decidimos ficar ali na bica esperando uns 20 minutos até ter certeza disso.

Dito e feito, alguns minutos depois, enquanto estávamos sentados descansando em uma pedra, começamos a ouvir vozes, tentamos nos comunicar com gritos de TARZAN e aos poucos vislumbrar pessoas em meio ao mato, com a ajuda da luneta do Zico, conseguimos ver o grupo imenso de pessoas se aproximando aos poucos, lá estavam todos eles, quando nos viram na pedra, acenavam e ao mesmo tempo comentávam entre si provavelmente como estavamos ali já, sendo que não saimos com eles.

De qualquer forma, quando eles chegaram, conversamos um pouco, eles se reabasteceram de água e continuamos a trilha, agora parecendo uma passeata bem no meio da montanha, a fila gigantesca avançava aos poucos (tipo a Comitiva do Anel multiplicada por 10 ).

Ali definitivamente algo começava a crescer dentro de nós, e não era só a fome, era a ansiedade, a cada passo estávamos mais perto de nosso grande objetivo final ali, e quando chegamos aos pés da pedra, dentro de mim havia uma mistura de medo, ansiedade e felicidade que é difícil de descrever.Haviam dito que parte da escalada pela escadinha tinha partes negativas e assustadoras e que normalmente faziam apenas com cordas e tudo mais, isso me assustou um pouco e deixou o maluco do Zico empolgado.

Descansamos por uns 10 minutos, nos alongamos, e quando quase todo o pessoal já estava lá sentado fazendo um pic nic, começamos nossa subida rumo ao topo.

A escada era feita de metal cravado na pedra, muito firme e variando a cada parte, momentos mais inclinados onde era quase como andar de quadrupedal, e outros estranhos onde tinha que andar pro lado ou mesmo as partes quase retas onde era como subir uma escada normal.

Enfim, o visual era bonito, estávamos leves o que não nos deixou nem um pouco assustados pela altura e em menos de 20 minutos estávamos no topo da pedra, ambos com uma cara engraçada de “mas já??”.A parte “assustadora/negativa” era apenas uma parte reta, normal, aliás a parte final da subida, mas para quem não tem nenhum tipo de preparo físico e tem muito medo de altura, pode parecer um tanto quanto assustadora.

Lá em cima, era óbviamente lindo, mas a vista era muito parecida com a do mirante e do baúzinho, já estávamos acostumados àquele mar de floresta ao nosso redor.Lá em cima fizemos algumas coisas, alguns percursinhos e precisões, mas definitivamente não era tão empolgante quanto a pedra do Baúzinho.

Chegamos à conclusão de que chegar no “ponto B”, não é mesmo a melhor parte, e quando-principalmente no nosso caso- examinamos isso de uma perspectiva mais geral, o ponto B era o mesmo que o A, voltar pra casa, e logo que isso começava a ocorrer nas nossas cabeças, começavamos a preencher o espaço vazio por termos chegado lá, para um sentimento de dúvida e preocupação, parecido com o de todo o resto da viagem.A partir desse momento, estávamos de volta à ativa, tinhamos que voltar pra casa e ainda não sabíamos como faríamos isso.

Descemos da Pedra pelo mesmo caminho, e encontramos o mesmo pessoal ainda lá em baixo, então tivemos a oportunidade de voltar junto deles e depois de algumas horas de trilha de volta, chegamos ao colégio, onde o almoço estava sendo preparado e já podiamos nos alimentar como gente decente de novo (ou como bois famintos…).Comemos bem, macarrão, arroz, feijão, comida!Tomamos um banho, relaxamos, e deixamos nossas coisas meio prontas.Fomos mais uma vez tomar um café com Nelly e Robson.

Mais uma vez, eles se mostraram pessoas maravilhosas, ficamos sentados do lado de fora da casa nuns bancos feito de tocos de árvore, num gramado bem verde, tomando um chocolate e conversando.Eles tinham pesquisado para nós sobre os onibus que poderiam nos levar pra casa.Infelizmente os onibus direto pra São Paulo eram muito caros e pra Mogi(de onde poderiamos voltar de trem) não saiam de São Bento.Ficamos cerca de uma hora lá, conversando sobre várias coisas, mas pelo menos dentro de mim começava a ficar cada vez mais forte a preocupação, precisávamos voltar pra casa, era pra ser esse o último dia.Robson e Nelly nos disseram que havia uma cachoeirinha onde poderíamos nos banhar sem ter que pagar a taixa pra entrar na Cachoeira dos Amores.Era um caminho imediatamente do lado da entrada dela, inclusive ficava numa ponte por onde tinhamos passado mais cedo e ouvido o barulho de queda d’água.

Chegamos à uma queda bem legal, um poço fundo onde dava pra nadar.Eu fiquei apenas sentado na pedra, pensando se iria entrar na água estúpidamente fria, e em como voltaria pra casa, fiquei quase uma hora sentado.Zico foi dar uma volta e depois voltou pra entrar na cachoeira (claro, que entrou com um mortal pra trás com uma pirueta completa…. ¬¬).

Voltamos pro colégio, fomos tomar banho e começar a arrumar as coisas, consegui reduzir minhas bagagens a apenas uma mochila, bem cheia.Estávamos prestes a ser expulsos (num bom sentido, se é que há algum) do colégio, já que não faziamos parte do Retiro espiritual e estavamos comendo a comida deles e usando os banheiros etc.Fomos nos despedir de Robson e Nelly, e decidimos nosso caminho (segundo sugestões de Robson).Iríamos até São Bento, que ficava a menos de 30 minutos de caminhada numa linha praticamente reta.Lá iriamos até o trevo de saida da cidade, onde seria bem mais fácil conseguir carona, principalmente pelo fato de ser carnaval, e muita gente de fora estar por lá.

Começamos então a andar, fazia tempo que não colocávamos o pé na estrada de novo, com bagagens e tudo mais, mas definitivamente estávamos mais empolgados, e o fato de termos menos peso nas costas era bastante encorajador.

Andando e conversando por mais ou menos 25 ou 30 minutos, e levantando o dedo pra cada carro que passava, tivemos o imenso prazer de conseguir carona com um senhor muito interessante.Levantamos o dedo e um fiatizinho 147, bem maltratado parou cerca de 15 metros na nossa frente, ficamos espantados e corremos, falamos que estavamos indo pra São Bento e o sr. Que dirigia sem camisa e apenas com um boné nos disse pra entrar, estava indo pra lá também.

Foi de longe uma das caronas mais interessantes de toda essa viagem e de nossas vidas.O senhor, que depois disse se chamar Zito, estava ouvindo umas músicas muito antigas, a gente se sentiu praticamente perdido em algum lugar da década de 40, a sensação era muito boa, e ver a Pedra do Baú ficando pequenininha atrás de nós gerava um misto de tristeza e alivio.

Chegamos à cidade de São Bento do Sapucaí propriamente dita, o carnaval já começava a acontecer, já se podia avistar alguns bonecos e vários foliões pela cidadezinha incrivelmente aconchegante, um lugar que certamente vamos visitar de novo.

Zito nos deixou praticamente no centro, nos disse o caminho a seguir para o trevo de saida da cidade, andamos cerca de 10 minutos até chegar lá.Chegamos e ficamos bem em frente a um posto, do outro lado da rodovia onde poderiamos arrumar uma carona fácil sentido São Paulo.O problema é que já passava das 18h e estava começando a ficar bem escuro (além claro de pernilongos misteriosamente imunes à repelente, que começavam a nos sondar feito aliens famintos)o que diminuia drasticamente nossas chances de carona.Decidimos então ficar.Passar a noite na cidade, aproveitar o carnaval afinal.

Voltamos pra cidade e começamos a andar vendo as pessoas, ouvindo a música alta, vendo os blocos carnavalescos passando.Decidimos que por volta das 4h ou 5h da manhã, iríamos até a rodoviária, ver o que conseguíamos por lá.Nos demos novamente o luxo de gastar algum dinheiro, Zico aproveitou para ir a um banco e sacar $20, e fomos comer alguma coisa(afinal nossas provisões já tinham ido embora a tempos, com exceção de um miojo…).

Depois de rodar a cidade e ver o carnaval de lugares diferentes (e de chamar a atenção de todos com toda aquela bagagem e tudo mais), sentamos em uns banquinhos numa praça, estávamos cansados, com sono, mas não ia rolar de acampar em meio a um carnaval daqueles, nem mesmo cochilar.Levantamos e andamos novamente pela cidadezinha, achamos outra praça, bem mais calma, com só uma pessoa ou outra conversando e bebendo.Sentamos num banco, nos acomodamos e ficamos lá, descansando.

Aos poucos as pessoas foram chegando em nós, primeiro, um grupo de adolescentes do ABC paulista, perguntaram sobre nossas mochilas e tal, e ai fomos conversando, contando sobre a viagem, parkour e blablabla.Eles ficaram empolgadissimos, disseram que sempre quiseram fazer esse tipo de coisa, reconheceram o Zico da novela e samparkour, além de um deles morar no prédio de um tracer do ABC.Foram momentos divertidos.Eles se foram, e logo um outro cara se juntou à nós, ele era punk e tinha idéias bem radicais, mas interessantes, era um cara muito bacana, conversamos por horas até um outro amigo dele chegar e se juntar a nós.Adoraram tanto a idéia da nossa viagem quanto tudo o que falávamos sobre parkour, disseram que adorariam nos apresentar amigas e amigos e contaram muito sobre fatos engraçados ali de São Bento e região.

…Continua no próximo episódio…

E como prometido, o trailer do filme galera:

`Cause l want to be                           l can`t sleep
Where my soul can run free             lt`s too loud
Well, l`m just a city boy                  And everywhere
Looking for a home                         Everywhere l go, you know,
Now, l don`t                                     there seems to be a crowd
Want to be no prisoner                    And l`m tired of
And l sure don`t want                      all these concrete streets
to be no slave                                   l want to feel the dirt
l want look out at night                   Up under my feet
And see stars in the sky
The Little Dipper
And the Milky Way

Bom, estamos aqui novamente, com o quinto dia da viagem, um dia bem interessante, até porque é o dia do nosso perrengue de falta de água e caminhos errados.Bom não preciso me prolongar mais já que o o texto está bem maior, espero que gostem!

Dia 5- 14/02/2010- Water FAIL!!

Life is a waterfall
We’re one in the river,
and one again after the fall
Swimming through the void
we hear the word
We lose ourselves but we find it all

Cause we are the ones that want to play
Always want to go but you never want to stay
And we are the ones that want to choose
Always want to play but you never want to lose

Aerials In the sky
When you lose small mind you free your life

Aerials- System of a Down tradução

“Na madrugada, a temperatura caiu bastante, um problema que pode ser sério pra quem acampa nas montanhas.Estava bem desconfortável dormir devido a falta de banho, e mesmo com frio nosso corpo transpirava, o que fez com que tivessemos uma pésima noite.No meio da madrugada, abri os olhos e vi Zico mijando na garrafa d’água, a cena foi estranha, mas depois ele me disse que o frio lá fora era insuportável então decidiu aliviar ali mesmo.

Acordamos com frio novamente, eram por volta das 7h, prolongamos nosso sono até perto das 9h, ainda não tinha ninguém no estacionamento, levantamos e enrolamos um tempo ali no solzinho fino que começava a dar as caras, a sede mortal da noite anterior voltava com tudo logo na manhã e a idéia de andar muito tempo sem água era extremamente desagradável.Não comemos nada, vimos uns esquilinhos legais, arrumamos tudo e partimos na trilha seguindo para onde achamos que teria uma tal de bica.

Antes resolvemos passar novamente no Baúzinho, estávamos perto demais para não aproveitar mais uma vez aquele lugar incrível, sem contar que ter todo aquele visual logo depois de acordar é uma sensação inexplicável!

Vou explicar como era a plaquinha que mostrava as trilhas pra entenderem como nos metemos no que vão ler logo a seguir.

Era uma placa de madeira, grande, onde existia um desenho bem infantil com setinhas e escritos como aqui:

Pois bem, resolvemos que tinhamos que ir até o final, sentido Ana Chata, lá teria um acampamento onde provavelmente conseguiriamos água.Mas o problema do mapa que demonstrei ali acima, é que ele não é tão feliz em mostrar todos os desvios e caminhos da trilha.Por mais que no meio dela tivessem placas, as vezes algumas trilhas apareciam, o que nos deixava confusos.

Mas partindo do início da caminhada, começamos a trilha, passamos logo de cara a entrada do baúzinho, começamos a rumar sentido a pedra Ana Chata.A trilha era fechada, muito irregular, pedras no chão, galhos, raízes, árvores caidas ou no caminho, subidas, descidas, um paraíso pra alguém que treina parkour e está procurando um treino diferenciado ( e que não está sedento ou faminto).

Seguimos andando por um bom tempo, com muitas paradas pra descansar e imaginar uma linda corredeira de água puríssima descendo por nossas gargantas secas.Não ligava muito pra comida, mas queria poder beber algo, o gosto das sardinhas ainda estava em nossas bocas.Continuamos andando sempre cruznado com algumas placas no caminho que diziam que caminho tomar, e quando cruzavamos alguma trilha alternativa, tratavamos de tentar continuar na trilha principal.Cruzamos um grupo à nossa frente, eram 3 homens e uma senhora, andavam bem devagar e passamos por eles com um simples “opa! “ e uns sorrisos.Andamos por aproximadamente 40 minutos até acharmos o desvio principal para a Pedra do Baú face norte.Seguimos sentido à Ana Chata, deixando pra trás a escadaria na pedra que não estávamos nem afim de olhar no momento.

Andamos por mais uns 40 minutos ( o que nos totalizava mais de uma hora de caminhada sem água ou comida) quando topamos com uma trilha alternativa.Não vimos placas como nas outras e mesmo assim, ela parecia levar à algum lugar mesmo.decidimos continuar “reto”, ou o que julgamos ser a trilha principal.Seguimos por quase 20 minutos, estávamos vendo uma pedra muito grande no meio de todo o mato e ficamos meio “preocupados” de onte estaríamos.Paramos num barranquinho para descansar e dividir uma barrinha de cereais.Zico deciciu pegar a luneta e tentar subir a pedra pra ver se conseguia descobrir algo.Esperei por ele por uns 10 minutos, ele voltou sem nada, nenhuma informação útil, decidimos continuar na trilha.

Andamos por mais alguns torturantes minutos até começarmos a subir de forma mais brusca, e da trilha ficar mais difícil, e em certo momento, nos depararmos com uma grande caverna, com uma escada de metal cravada nela.

Decidimos subir e ver onde dava, a curiosidade nesse momento ainda tinha espaço em meio ao cansaço e desespero.Subimos e passamos por dificuldade pela caverna estreita e cheia de morcegos voando.E andamos um pouco mais acima até eu ter certeza absoluta de que estávamos na Ana Chata, ou seja, haviamos perdido a entrada para a trilha que levaria ao tal de acampamento, ou seja, teríamos que voltar até aquela que parecia uma trilha muito bem definida, que provavelmente era o caminho certo.

Começamos a voltar a trilha, passamos novamente pela caverna do batman e a menos de 5 minutos dali encontramos um casal que vinha andando no sentido contrário ao nosso, perguntamos sobre o caminho para o acampamento e se tinham água.Não tinham água e o caminho era mesmo aquele que pensamos horas atrás.Andamos por mais uns 20 minutos até chegarmos à trilha novamente, e ai seguimos para o caminho “certo” finalmente.

A trilha foi ficando mais aberta conforme o tempo passava, e em determinado momento até cruzamos um fiozinho de água que corria pelo chão, o que mostrava que não estávamos tão longe da água.Continuamos andando, a trilha começou a descer e ouvimos vozes.Eram um grupo de 3 pessoas, uma mulher e dois homens, estavam parados em umas pedras conversando e descansando.Perguntamos sobre onde poderíamos conseguir água, nos disseram que havia uma bica bem perto dali, eles já estavam indo para lá e fomos todos juntos.

Fomos caminhando e conversando, eles eram parte de um grupo chamado Desbravadores, parte da igreja Adventista, o grupo promove cursos de sobrevivência, acampamento etc.Eram pessoas muito bacanas e nos deram ótimas dicas sobre como prosseguir ali, contamos de nossa viagem até ali e eles ficaram bastante empolgados, principalmente pela coragem.Só de termos encontrado gente nosso ânimo já estava melhor, mas quando chegamos à bica mesmo, a sensação de alívio mesmo antes de chegar à água propriamente dita foi demais.Nunca bebi água ou lavei o rosto com tanto gosto como nesse dia.Reabastecemos nosso galão, nos refrescamos e sentamos um pouco.

O pesoal que haviamos encontrado nos deram a idéia de seguirmos com eles até onde iam, ai nos dariam uma carona até a cachoeira dos amores, que era bem perto de onde eles estavam hospedados (um retiro espiritual num colégio), disseram que podiamos acampar na cachoeira mesmo, e que no dia seguinte eles iriam para a Pedra do Baú com um grupo de pessoal lá do retiro, e que se quisessemos poderíamos ir junto.Adoramos as idéias e seguimos com eles ainda na trilha no mato por mais uns 25-30 minutos.Chegamos numa fazenda que servia de estacionamento para as pessoas que iam para a Pedra do Baú.Descobrimos que ali era uma trilha para a Pedra, diferente daquela que achamos lá em cima, era uma que vinha de São Bento do Sapucaí, o lugar onde a Pedra realmente fica.

Já de carro, andamos por uns 10 minutos até alcançarmos um lugar com comércio e onde havia uma plaquinha dizendo “cachoeira dos amores”.Eles nos disseram que estavam hospedados perto dali, em um colégio com mais de 100 pessoas.Descemos e nos despedimos e seguimos rumo essa tal Cachoeira dos Amores.Andamos por uma estradinha de terra, do nosso lado tinha um rio que corria com força e do outro lado dele, um campo de grama, com várias barracas e pessoas, achamos demais, uma espécie de camping.Começamos a rumar até lá procurando alguém que parecesse responsável por lá ou qualquer outra pessoa para perguntar como era para acampar ali.Logo um senhor veio até nós e disse que o valor para se acampar ali naquele gramado era de $20 por pessoa, mas lá dentro da cachoeira era $12.Achamos caro mas pagamos mesmo assim, $24 a menos de nossas economias por uma noite, esperamos que valesse a pena.

Entramos pela portinhola que o senhor cuidava e seguimos uma estradinha de terra, e em menos de 5 minutos começamos a dar de cara com muitos carros estacionados, fumaça e cheiro de churrasco (uma covardia contra nós), vimos banheiros (com chuveiros :D) e muita gente, som de música que vinha dos carros e um clima de praia muito gostoso.

Achamos um local plano e confortável onde montamos a barraca, colocamos todas nossas coisas dentro e fomos nos preparar para almoçar.Eram os últimos 2 miojos que tinhamos, já não restavam mais clube-sociais e só algumas barrinhas de cereal.Aproveitamos nossa cara de pau e fomos no pessoal do churrasco pedir alguns pedaços de carne.Mais uma vez a bondade das pessoas me impressiona, não só nos deram alguns pedaços de carne, com também arroz e até uns goles de coca (isso queridos leitores, foi orgástico pra mim).Com tanta comida assim, fizemos só um mioje e deixamos o outro para o dia seguinte.Comemos bem e descansamos e então decidimos ir ver a cachoeira pra aproveitar o resto do dia.

A cachoeira era composta por várias quedas menores e que formava várias piscinas, ou seja ela se distribuia por um espaço comprido, onde as pessoas ficavam pela preferencia mesmo.Fomos andando e achando demais, Zico achou uma queda pra brincar de Shiriyu e eu aproveitei pra ficar sentado olhando pra água sem pensar em nada, uma forma de terapia de descanso que inventei ali.

Depois disso voltamos à uma parte da cachoeira onde decidimos tentar ir até onde desse sem pisar na água, o que foi divertido e revelou em nós um ânimo pra treinar que não esperávamos que aparecesse depois de tudo que passamos até ai.Depois de descer a cachoeira pelas pedras, decidimos ir até o ponto mais alto dela, só por onde houvesse água, fosse nadando ou escalando.Outra vez um treino muito bom e pesado que adoramos fazer.Fizemos também saltos, percursos, escaladas, enfim, um treino bem completo pra dois caras que haviam quase desmaiado de sede e cansaço na manhã do mesmo dia.

O dia ia acabando, o sol sumindo, e então decidimos ir até o colégio para conversar com o pessoal pra saber que horas sairiam na manhã seguinte.Zico também sugeriu que nos dessemos o luxo de gastar algum dinheiro com alguma guloseima, depois do dia que tivemos chegamos à conclusão que mereciamos.Saimos da área da cachoeira e fomos até a estrada principal, asfaltada e que seguia pra São Bento do Sapucaí.Andamos até toparmos com uma lojinha onde compramos uns sorvetes por $1 cada, e andamos mais alguns metros até um colégio, cheio de carros e pessoas, logo no portão estava um dos homens do grupo da trilha, falamos com ele e eles ainda não tinham horário definido para sair no dia seguinte, pediu pra que voltassemos mais tarde.Começamos a voltar quando avistamos, do outro lado da rua, uma casinha, pequena, com um quintal grande com grama bem verde, um local extremamente agradável, e na frente uma placa que dizia “recanto do café: bolos, salgados, café” resolvemos entrar.

Logo de cara nos apaixonamos pelo lugar, uma atmosfera caseira, móveis rústicos, um lugar pequeno mas muito aconchegante.Os bolos tinham uma cara ótima e pedimos um pedaço cada do bolo de chocolate.Os donos do lugar eram um casal, Nelly e Robson, duas pessoas incríveis.Ficamos ali conversando por mais de uma hora, sobre nossa viagem e tudo o mais.Na hora de sair, eles se recusaram a deixar que pagassemos pelos bolos.Voltamos para o acampamento, resolvemos arrumar tudo dentro da barraca, tomar banho e lavar algumas roupas.Fizemos tudo e já estava bem escuro, depois disso seguimos novamente para o colégio.

Chegamos lá, fomos convidados a entrar, havia muita gente no pátio (jovens principalmente) e percebmos que tinhamos chegado bem na hora do jantar.Fomos convidados para jantar com eles ( pois é, comemos bem nesse dia também, e o melhor: de graça).Após comer e ficar um tempo ali, conversamos com o pessoal e eles disseram pra estarmos ali, prontos às 7h20, horário que iriam rumar para a Pedra com um grupo de aproximadamente 50 pessoas.

Voltamos pro acampamento, tentamos fazer uma fogueira pra iluminar as coisas e espantar os insetos já que a barraca tinha estourado o zíper da porta, nos preparamos e fomos deitar, a noite estava muito mais quente do que as outras e pelo visto não acordaríamos no frio infernal como nos dias anteriores.Dormimos.

FIM DO QUINTO DIA

É isso ai pessoal, lembrando que temos apenas mais 2 dias até o fim da viagem.Fiquem ligados que no próximo post prometo colocar um trailer do video que sairá depois do último dia!(lá vou eu me comprometendo aqui…)

É isso galera, agradeço também os comentários que estão fazendo, quem sabe um dia esse blog também não abra espaço pra todos os viajantes perdidos por ai! Abraços!

Bom pessoal aqui vamos nós com o 4° dia de viagem, o dia em que finalmente chegamos à algum lugar, espero que gostem, vou falar menos aqui pra dar espaço ao post e às fotos, abraços.

Dia 4- 13/02/2010 – Raçudos

“Lá vem a força, lá vem a magia
Que me incendeia o corpo de alegria
Lá vem a santa maldita euforia
Que me alucina, me joga e me rodopia”

“É Clementina cantando bonito
As aventuras do seu povo aflito
É Seu Francisco, boné e cachimbo
Me ensinando que a luta é mesmo comigo”

Raça- Milton Nascimento letra completa

Dormimos mal, com frio.Eram 4h30 e levantamos péssimos, com todas as nossas roupas de frio e o que mais ajudasse a esquentar, estava muito frio,MESMO.Fomos para o ponto de onibus onde o onibus para Campista passaria às 6h.Zico começou a procurar madeira e pra fazer uma fogueira no terreininho ao lado do ponto.Santa fogueira, Bear Grylls diz que quando conseguimos fazer fogo damos um “up” na moral.No caso, a fogueira deu um up na moral, no frio pois aqueceu muito bem até o sol começar a dar as caras e ainda serviu para fazermos nosso miojo matinal além de ajudar a dar uma derretida no queijo dos nossos lanches.

Já alimentados e ainda nos aquecendo no calor da fogueira, começamos a estranhar o fato do onibus não ter passado ainda, eram quase 6h e nada.E 6h30 e nada.Nada até umas 7h15, quando resolvemos perguntar ao motorista de outro onibus, que nos disse que o nosso onibus passava em outro ponto, ou seja, perdemos o das 6h, e agora só 10h30.

Já que não tinhamos nada pra fazer até as 10h30, resolvemos tomar um chocolate quente e comer alguma coisa.Achamos um lugarzinho bacana e enrolamos lá até umas 9h, saimos e fomos ao mesmo lugar onde descansamos no dia anterior, uma espécie de “mini-praça-ponto de trem” em frente ao mercado, e enquanto Zico treinava um pouco, eu aproveitei pra costurar direito minha mochila e escrever algumas partes do diário.Depois treinamos legal na praça, o que deu uma boa esquentada e serviu pra passar o tempo.Quase 10h resolvemos ir para o ponto.

Sentados lá, ocupando quase o banco inteiro com nossas bagagens, por algum golpe do destino, vi correndo um garoto, usava uma camiseta verde, onde estava escrito com uma letra branca na vertical “PARKOUR”.Pois é, acabamos econtrando o único praticante de parkour ativo da cidade.Chama-se Anderson e é um cara muito bacana, nos deu algumas dicas sobre o caminho até o Baú e só não foi conosco pois tinha que ir trabalhar.Nos disse a mesma coisa que o garoto no dia anterior, o parkour na cidade estava “morto”, só ele continuava treinando, as vezes aparecia alguém, mas de forma séria e constante, só ele.

Nosso amigo Anderson foi embora e alguns minutos depois nosso onibus apareceu, finalmente estavamos a caminho da Pedra do Baú, estavamos perto de alcançar nosso objetivo.O percurso de onibus não durou muito mais do que meia hora, e logo estávamos em Beira Campista, de onde se via uma placa “Pedra do baú” apontando na direção que seguia uma estrada asfaltada, logo ali havia um barzinho de um senhor simpático, onde paramos pra arrumar as coisas, usar o banheiro, “almoçar”, descansar um pouco e seguir viagem.O senhor do bar nos disse que até a pedra eram mais ou menos 10km, uns 6km de estrada normal e o resto de terra.Disse também que 3km desses primeiros eram subida, mas não ligamos pra isso, estavamos a algumas horas de caminhada do nosso objetivo.

Começamos a andar, o caminho variava entre subidas leves, algumas mais pesadas e algumas partes tranquilas de inclinação quase imperceptível.No meio do caminho (tinha uma pedra…ou melhor várias..) achamos um lugar bem legal pra pegarmos água, enchemos o galão e continuamos subindo.Em determinado momento, Zico parou e me fez prestar a atenção ao silencio quase “ensurdecedor” do lugar onde estávamos.Embora fosse uma estrada asfaltada por onde passavam muitos carros ( que não davam carona…) naquele instante nada além de alguns pássaros podia ser ouvido, era muito interessante, uma sensação quase perdida no mundo que vivemos todos os dias.

Continuamos andando e ao passar por um lugar que parecia ser terreno de alguém, ouvimos barulho de água corrente, como corredeiras.Já haviamos sido “enganados” pelo vento outras vezes antes mas dessa vez parecia mais forte.Seguimos andando até que pudemos avistar por entre a mata um riozinho que vinha com certa força, e mais a frente achamos uma trilha que descia até ele.Fomos na esperança de uma grande cachoeira, achamos apenas uma pequena corredeira, mas que foi suficiente pra mais um momento de se refrescas e abastecer a água.

Seguimos viagem por mais algumas horas até atingir a estrada de terra, de lá diziam ter mais 4km até a Pedra do Baú.Achamos que a pessoa que mediu esses 4km fez em um mapa e em linha reta, porque foram os 4km mais demorados de nossas vidas.Sem contar na ansiedade, a cada curva que não conseguiamos ver o que tinha do outro lado a esperança de ver surgir de repente o gigante de rocha ficavamos apreensivos esperando.

Por fim, chegamos à um lugar que parecia a entrada de um rancho ou sítio.Era a entrada do complexo do Baú, uma estradinha de terra subia bem íngrime ali, os carros desciam e subiam com dificuldade e nós, no fim de nossos esforços e quase sem água subíamos só pela força de vontade.Andamos até uma bifurcação, estava escrito “<- Pedra do baú/ -> Mirante “. Eu queria ir logo pra pedra, achei que estivesse muito perto, mas Zico insistiu em irmos ao mirante (no fundo, eu sabia que era uma boa idéia mas o cansaço quase nos fez perder isso).Caminhamos por alguns segundos em uma estrada de terra e logo percebi que a vista ali seria interessante.Saquei minha camera e andei em direção ao mirante.As únicas palavras que seriam capazes de descrever o sentimento e tudo o que culminou quando chegamos ali são apenas “PUTA QUE PARIU” .

Foi incrível, logo de cara vimos o vale do Paraíba inteiro, São Bento do Sapucaí estava pequenininha ali em meio às montanhas e a Pedra do Baú,hum, essa estava logo ali na nossa cara, praticamente nos encarando, um dos momentos mais marcantes de toda a viagem.

Enrolamos por um tempo ali no mirante e decidimos ir pra Pedra do Baúzinho.Seguimos uma estradinha de terra, e logo nos deparamos com um grande espaço aberto, usado de estacionamento, lá havia um quiosque vendendo gatorades, refris e outras coisas tentadoras que não paramos pra ver, o lugar era cercado por uma densa floresta, que tinha apenas uma “entrada”, que também era onde tinha uma placa dizendo para onde seguir para ir para as Pedras( Baú, Bauzinho e Ana chata) e o tempo de trilha.Decidimos ir para o Bauzinho (menos de 5min de trilha).

Amamos a pedra logo de cara.A vista não era tão diferente da do mirante, mas a pedra era muito interessante, e o fato de em determinado momento você encarar frente a frente o Baúzão é algo de tirar o fôlego.Logo nossa sensação boa de recompensa por termos andado tanto foi dando espaço a uma certa aflição: não tinhamos onde dormir.Vimos muitas placas dizendo que era proibido acampar na área, sem contar que nossa água estava reduzida a apenas uns goles.Estávamos lá, parados na pedra pensando no que fazer, quando vimos dois homens, pareciam “aventureiros como nós” (devido à cordas e mochilas que levavam..) resolvemos perguntar sobre onde poderíamos arrumar água e onde poderíamos passar a noite.Nos disseram para continuarmos a trilha, escalarmos a Pedra do Baú pela escadinha de metal cravada na pedra e armarmos acampamento lá em cima (disseram haver uma parte plana onde antigamente era uma casa) e depois descermos para pegar àgua em um lugar próximo dali.

Embora a idéia parecesse boa, decidimos não fazer isso, nossa bagagem era grande e até onde sabíamos a subida pela escadinha, sem cordas era um tanto quanto perigosa, além do mais estávamos com fome e cansados do dia inteiro, decidimos não arriscar.Prudência aliás é uma das coisas mais importantes de se conservar em uma viagem dessas, pode ser a divisão entre vida e morte em muitas situações assim como no parkour.

Decidimos que iamos ficar ali mesmo na pedra do Bauzinho, não tinha como armar a barraca então iamos dar algum jeito, nos enrolando no colchão e capas de chuva, o que desse pra fazer.Comemos nossos miojos crus e uma lata de sardinha cada, bebemos nossos últimos goles d’água e ficamos vendo o céu estúpidamente estrelado.Ficamos vendo as estrelas, tentando achar constelações, vendo ovnis, estrelas cadentes, o de sempre num céu estrelado comum como podemos ver sempre em São Paulo…….NOT!!!

Vimos sim um ovni (objeto voador não identificado…por nós), era como uma estrela, mas andava rápido, não tinha rastro como uma estrela cadente e era menor do que um avião parecia daquela distância.Além disso, duas garotas munidas de mochilas e lanternas, passaram por nós e eram as únicas pessoas além de nós na pedra no horário.Fomos conversar com elas, estavam esperando uns amigos que estavam escalando a pedra.Logo começou a ventar um pouco mais forte, já estávamos com nossas jaquetas e blusas mas o frio mostrava sinais de que não iria perdoar ali na pedra.Tivemos a idéia então de ir até o estacionamento (já estava escuro e passava das 19h30 ou 20h, o que era a garantia de que ninguém mais apareceria ali) armar nossa barraca lá, acordar cedinho e partir, antes das pessoas começarem a aparecer.

Ótima idéia essa, como o estacionamento era fechado pelo mato, o frio era muito menor, sem contar que o terreno plano propiciou um bom lugar para armarmos a barraca.Arrumamos tudo e em determinado momento, as duas garotas que encontramos na pedra, passaram por nós, pediram que caso vissemos uns caras passando por ali, avisassemos que elas estavam seguindo caminho a pé, seguiram pela estradinha de terra que nos levou até lá.E cerca de meia hora mais tarde, um grupo de homens, com lanternas, cordas entre outros equipamentos apareceu vindo da trilha.Falamos com eles enquanto se dirigiam ao único carro no estacionamento e eram sim os amigos das garotas.Avisamos que elas estavam indo sozinhas e perguntamos se tinham água.Não tinham água mas Zico reconheceu um deles como um famoso escalador, era Waldemar Niclevicz , uma grande coincidência, e um momento engraçado em meio a tantos outros.

Não liguei muito para esse detalhe já que estava louco por água.Eles foram embora, eu entrei para dormir e Zico ficou do lado de fora olhando o céu por um tempo (tempo esse onde ele viu mais um ovni e duas estrelas cadentes…).Dormimos.

FIM DO QUARTO DIA

É isso ai pessoal, um dia bem movimentado, com algumas surpresas interessantes e muito gratificante, nada pode expressar o que foi chegar à algum lugar, realmente, ver o nosso objetivo tão perto.Em breve, o 5° dia galera abraços!

Aqui estamos com o terceiro dia de viagem, um dia muito especial, não só pelo que vimos mas também pelo conjunto.Nos sentiamos mais fortes a cada dia e cada hora de  caminhada.A viagem se tornava menos cansativa e  podiamos aproveitar cada vez mais.Tivemos também exemplos de bondade das pessoas que nos fizeram repensar muito sobre muitas coisas.Sem mais delongas, ai vai o texto ^^

Dia 3- 13/02/2010- We Hear a Train Comin!

Well, I wait around the train station
Waitin’ for that train
Waitin’ for the train, yeah
Take me home, yeah
From this lonesome place
Well, now a while lotta people put me down a lotta changes
My girl had called me a disgrace

Hear my train comin’ – Jimi Hendrix tradução

“Acordamos com um frio desgraçado em Eugênio Lefevre, desmontamos o acampamento e nos arrumamos,repartimos um barrinha de cereal e começamos a rumar sentido campos pelos trilhos do trem.

O dia embora muito frio no início da manhã, estava explendido, cena para ser emoudurada, realmente foi um bom indicio e posso dizer sem pensar muito que a caminhanda pela linha férrea foi de longe a mais agradável, o lugar era muito bonito e gostoso de se andar, alguns pontos de mata mais densa, úmida cheia de lugares para nos abastecermos com água pura, ou então paisagens da serra incríveis que só estando lá pra sentir.Andamos muito bem nessa manhã, até lembrarmos que tinhamos fome e pouca comida, (comemos mais um barrinha de cereal.)

Começamos então a nossa empreitada em busca de algum lugar para arrumar comida ( fosse de graça ou não…).Conseguimos ambos.Ficamos sabendo por uns operários de um terreno ali nas montanhas que uma senhorinha ali na estrada tinha uma vendinha, onde tinha alguns pães, doces, coisas do tipo, para chegar lá teriamos que nos desviar do trilho do trem, mas chegamos à conclusão de que valeria a pena.

Andamos na estrada por cerca de 15 minutos e não achamos nada que se parecesse com o lugar onde nos disseram que haveria comida.Achamos um desvio, uma rua de terra que descia bastante, resolvemos seguir e chegamos à umas casas no meio da descida ainda, conversamos com um senhor que nos disse que mais a frente na estrada ( antes do desvio) achariamos uma pousada com restaurante, além de ter nos dado um saquinho cheio de figos (que foi o bastante pra enganar o estômago por alguns minutos).Subimos de volta a ruazinha e na boca da estrada paramos para descansar no acostamento.Zico decidiu descer pra ver se conseguia comida na casa de alguém (ainda tinhamos comida, mas queriamos economizar e fazê-la render mais).

Esperei uns 10 minutos, Zico voltou com mãos vazias, disse que a casa em que parou era uma vendinha (a da senhorinha que nos disseram) e que ela óbviamente não deu nada.Decidimos gastar algum dinheiro com algo que valesse apena, ele tinha me falado sobre algumas mortadelas que tinha lá e que era barato e certamente duraria mais de um dia.Peguei $5 e desci com o intuito de não gastar tudo.Resultado: voltei com uma sacola cheia e pesada, além de mãos cheias, Zico olhou com uma cara estranha, principalmente depois de eu dizer que havia gastado $3.O fato é que a senhorinha bondosa ficou um pouco impressionada com nossa história e objetivos, e além de fazer as mortadelas por um preço menor, nos deu umas 8 maçãs e dois pedaços de bolo de chocolate.Comemos.

Continuamos viagem bem mais tranquilos, pudemos aproveitar bem o caminho já que estávamos alimentados e descansados.A caminhada segiu novamente pelos trilhos, escutamos barulho de trem, olhamos bem a situação da estrada e estava bem estreita, tivemos que praticamentedeitar no barranco, ficamos tão assustados quanto o maquinista, que segundo o Zico olhou com os olhos arregalados pra nós e até diminuiu um pouco a velocidade do trem.

Estávamos bem alimentados, adrenados e espertos pra continuar.Andamos por mais algumas horas até alcansarmos uma cidadezinha (uma espécie de vilarejo não lembro o nome) onde perguntamos à um homem que passava se havia ali perto alguma cachoeira ou algo do tipo ( tinham nos informado algumas horas atrás que teria uma cachoeira bem “chique e ajeitada” ) e ele nos deu informações sobre como ir pra lá.Chegamos à uma cachoeira bem agradável que serviu maravilhosamente bem para nos banharmos, lavarmos roupa e depois tirar uma soneca na sombra de uma árvore.

Algumas horas depois, estávamos descansados, limpos e o lugar tinha um banheiro, que foi muito bem usado por nós, e nos preparávamos para sair quando o mesmo homem a quem pedimos informação no vilarejozinho passou por nós, e disse que estava indo para Campos e se esperassemos um pouco, poderíamos ir com ele.Resolvemos pegar essa “carona” já que ele conhecia o caminho, chegaríamos a nosso destino mais facilmente.O homem se chamava Donizete,ou Dedé, um cara muito legal que sabia muito bem dos caminhos da região, morou lá a vida inteira, e com o passar da conversa, chegamos em Campos do Jordão em uma hora de caminhada.No meio do caminho até campos (tinha uma pedra…hehehe, várias aliás….) tivemos um pequeno vislumbre da Pedra do Baú, muito distante, pequenininha, mas foi uma visão quase orgástica, depois de tanto ver que ela “existe”, ver com nossos próprios olhos, foi uma sensação incrível.

Admito que a cidade ficou muito abaixo de nossas expectativas, talvez pelo local onde ficamos ou época do ano, mas mesmo assim nos foi de grande “utilidade”.Paramos no mercado e compramos algumas coisas.Aliás, tivemos nosso “dia de luxo”, já que foi um dos dias onde mais comemos, entrar no mercado foi uma tentação, a vontade de comer tudo versus o fato de não podermos gastar dinheiro foi um desafio, compramos “muita” coisa, e mesmo tendo gastado pouco dinheiro ( cerca de $7 cada um, uma fortuna na nossa situação), nos sentimos meio mal por termos sido tão “gulosos”.Descansamos na cidade por um bom tempo (Dedé nosso guia teve que ir embora), e nos informamos sobre como ir até a Pedra do Baú.Teríamos que pegar um onibus até um lugar chamado (Nottinghill…!!) Campista, de lá até a pedra eram meros 10km, quase nada pra nós que já havíamos andado tanto.O problema é que esse onibus só passava umas 3 vezes ao dia, e óbviamente nós só descobrimos isso depois de perder o último onibus da noite, o que nos obrigou a passar a noite na cidade.

Fomos então às pracinhas próximas que eram uns dos principais picos da galera que treinava parkour lá e um dos antigos tracers locais nos viu treinando e foi conversar conosco, disse que a cena de parkour lá estava quase morta, apenas um outro cara continuava firme treinando.Também ficamos sabendo que nosso querido Baconman já havia feito uma aparição lá na cidade.Depois disso, ficamos conversando com o Luciano, um guardador de carros meio bêbado que também “fazia esses negócio de pula ai”, infelizmente ele estava sem o Nike Shox dele, senão teríamos visto suas habilidades…

Já estava tarde, e estavamos morrendo de sono, resolvemos procurar algum local para dormir até às 5h, já que 6h passava o primeiro onibus para Campista.Achamos (depois de andar muito pela cidade) uma escadaria meio escondida que nos serviu (muito mal) de casa pela noite.”

FIM DO TERCEIRO DIA

Pois bem, lá se foi o terceiro dia, com direito à muita comida, descanso, paisagens lindas, cachoeiras, frio, cansaço, em suma, um dia normal no meio do nosso percurso.

Pois bem, aqui está o segundo dia, o que tenho para dizer é que quando se embarca em uma viagem dessas, as coisas podem se tornar extremamente imprevisíveis, de manhã você pode acordar muito bem e descansado e algumas horas depois estar passando um frio desgraçado, ou alguma outra situação desconfortável.No fim, descobrimos que tudo pode ser no mínimo, interessante.

Dia 2- 11/02/2010-  Walk This Way

walk this way, talk this way, walk this way
talk this way,
Uh, just gimme a kiss!
Like this.

Walk this way- Aerosmith tradução

Acordamos bem tarde neste dia, estávamos realmente cansados e a barraca e colchão confortáveis o bastante para nossas quase 14 horas de sono.Levantamos e tomamos um café da manhã simples (clube social de queijo), arrumamos nossas coisas e fomos para o mesmo local do dia anterior, o do Tio do “Caldicana”.Eram por volta das 11h30 quando chegamos lá e o Tio ainda não havia chegado, supomos que chegaria depois do almoço então, resolvemos esperar.

Eram quase 14h e nada do tiozinho, decidimos voltar para nosso lar da noite anterior para prepararmos um almoço, e caso quando voltássemos o tiozinho não estivesse lá iríamos andar mesmo.

Voltamos, depois de alimentados e para nossa felicidade ele estava lá nos acomodamos e esperamos menos de uma hora até alguém resolver nos dar uma carona, era um cara chamado Sales, ele nos levaria até o trevo entre Taubaté e Campos do Jordão, de lá seria mais fácil pegar carona direto pra Campos ou algum lugar mais perto, achamos que seria melhor do que ficar esperando o caminhão da Minalba e resolvemos ir com ele.

Esse Sales era um cara bem maluco, nos contou várias histórias sobre viagens dele com amigos e falou bastante sobre como deveríamos prosseguir a partir do ponto onde nos deixaria.Chegamos ao nosso destino, descemos da Fiorino ( Zico desceu da parte de trás) e nos alojamos num local supostamente bom para pegar caronas.Eram quase 16h quando chegamos e ficamos lá até as 18h e nada de carona, andamos até um outro lugar que o Sales nos disse que poderíamos pegar carona também com um carro de emergência que sempre está lá (e claro, não estava) e como não deu em nada, resolvemos andar, estávamos muito bem descansados e alimentados, decidimos que podíamos andar a noite inteira e parar só quando o sol raiasse, quem sabe já estaríamos em algum lugar.

O plano seguiu muito bem por muito tempo, andamos muito, nossas malas pareciam não pesar tanto quanto no começo, e quando atingimos o Rio Paraíba ainda não estava nem escuro, decidimos parar num terreno ali no canto, perto de uma ruazinha de terra que se desviava da estrada principal para fazermos uma fogueira para podermos jantar.

Enquanto fazíamos a fogueira apareceu um carro, dentro dele um casal, o homem que dirigia se apresentou como Mirra e conversou conosco sobre nossa viagem e sobre ir para a Pedra do Baú, nos deu algumas dicas interessantes sobre ir pelos trilhos do trem e disse que se pegassemos um circular que passava ali na ruazinha de terra poderíamos chegar ao trevo que desviava para o trilho do trem bem mais fácilmente.

Comemos e resolvemos seguir o plano do circular/trem, e para não perdermos tempo, fomos andando pela estradinha de terra.Já estava bem escuro e andamos cerca de 20 minutos até começarmos a duvidar se o onibus ainda passava.Chegamos à uma parte iluminada da estradinha onde vimos um lugar de onde vinha som de música e conversa, era o Rancho da Sandra, um barzinho onde um pessoal tomava umas para relaxar.Pedimos para encher nossa água e acabamos conversando com o pessoal de lá, um dos homens disse que assim que terminasse de tomar sua cerveja nos levaria em seu caminhão para um local um pouco mais à frente e já na rota correta para continuarmos a pé até Campos.O caminhoneiro se chamava Carlinhos e juntamente de seu parceiro Jacaré nos levaram por um tour na caçamba do caminhão pelo menos uns 10 km à frente na estrada principal, e nos informaram sobre como proceder dali.

Já estava bem escuro e continuamos com o plano de andar a noite toda.E foi bem isso, andamos quase sem parar até as 2h da manhã mais ou menos, paramos já no meio da Sera para descansar um pouco, e foi quando a polícia rodoviária nos abordou para saber o que diabos estávamos fazendo por lá.Depois de averiguar as mochilas e descobrir que eramos apenas malucos ( e não malucos drogados e armados) eles nos deram uma carona até um lugar chamado Eugênio Lefevre, uma estação de trem, o mesmo que sai de Pindamonhangaba e vai até Campos, ou seja,estávamos do lado dos trilhos do trem, de nossa rota quase final!Acampamos ali na frente mesmo, sairíamos bem cedo no outro dia.

FIM DO SEGUNDO DIA”

Esse foi nosso segundo dia de viagem, espero que estejam gostando!

Gabriel Pipolo

Pois é gente, aqui vai o diário do primeiro dia na íntegra.Não tenho muito o que comentar por enquanto, no post passado falei sobre como foi um pouco da preparação, de como decidimos que iríamos viajar mesmo e estabelecemos o “Ponto B”.Considero o tempo que adiamos a viagem como um respiro, o silêncio, aquele momento antes de fazermos algo que tem alguma importancia em nossas vidas, um fôlego.

Dia 1- 10/02/2010- Breathe

Breathe, breathe in the air.
Don’t be afraid to care.
Leave but don’t leave me.
Look around and choose your own ground.

Long you live and high you fly
And smiles you’ll give and tears you’ll cry
And all you touch and all you see
Is all your life will ever be.

Breathe-Pink Floyd tradução

Começamos hoje oficialmente nossa viagem, depois de inúmeros empecilhos, mudanças de planos, hoje, 10 de Fevereiro de 2010 é o primeiro dia e por incrível que pareça fizemos bons progressos.

Nossa empreitada começou na estação Sumaré do metrô em São Paulo, nos encontramos lá e depois de rirmos de nossas aparências extremamente caricatas saímos em direção à Estudantes, ultima estação seguindo para o leste, fica em algum lugar em Mogi das Cruzes.O plano era ir para a estrada e tentar pegar carona (ou ir a pé mesmo) o mais distante que pudéssemos, sentido Campos do Jordão.

Chegando em Estudantes (passar por Guaianazes foi por si só uma aventura insana) descobrimos que lá tinha uma rodoviária, vimos os ônibus e havia um saindo para São José dos Campos às 10h.Segundo minha boa e velha memória, SJC ficava perto de Campos portanto achamos sensato comprar a passagem (que custava $12 ) e começar a andar de lá, já bem longe de São Paulo.

Chegando em São José, compramos um mapa inútil na falta de plano melhor, e ai decidimos andar.Pedimos informação, e andamos.Andamos, andamos.Andamos.

Andamos…

“Andei, andei, andei atééé me…CANSARR!!!”

Pois bem, andamos pra caramba (coisa perto dos 20km) com mochilas BEM pesadas, mas a dor e o cansaço sumiram na hora que avistamos, em baixo de um viaduto, um tiozinho vendendo Caldo de Cana!É senhoras e senhores, o néctar dos deuses é brasileiro e com limão e gelado é delirante (entendam o nível de cansaço e sede…).

Conversando com o Tiozinho descobrimos que ali era um bom lugar para se pegar carona, e além disso, todos os dias( prestem bem a atenção nisso TODOS os dias e VÁRIAS vezes) passava por ali um caminhão da Minalba que ia para Campos do Jordão e costumava dar caronas.Parecia incrível, e uma baita sorte, caldo de cana e carona exatamente pra onde íamos, resolvemos sentar ali mesmo e esperar.

Acho que não preciso dizer que o caminhão não passou no intervalo de tempo que ficamos ali, e como já estava prestes a começar a escurecer, saímos à procura de abrigo.Fomos à uma cidadezinha ( distrito de Eugênio de Melo) ali perto onde conseguimos um pedaço de terra,um fogão a lenha e até um chuveiro quente, era uma espécie de cortiço de um senhor bem simpático e solidário chamado Antônio.Deixamos nossas coisas na “choupana” dele e resolvemos sair para um passeio pelas redondezas ( entendam que redondezas do lugar era quase a cidade inteira…) e claro, brincar pela cidade do nosso jeito.

Não demorou muito para atrairmos um pouco de atenção das pessoas, principalmente as crianças que vieram nos pedir dicas, ajuda pra fazer as coisas e brincar conosco, foi divertido ver eles se esforçando pra treinar, ouvindo coisas que dizíamos e fazendo tudo com uma empolgação muito contagiante.Também foi engraçado ver as pessoas mais velhas nos olhando, era como se as crianças nunca tivessem se divertido tanto!Fomos embora antes que a cidade inteira estivesse ali e antes que desmaiássemos de fome, além de estarmos desesperados por um banho.Sem contar que se descobrissem que o Zico aparece na novela todos os dias, acho que a cidade inteira estaria ali em 10 minutos.

Tomamos banho, armamos a barraca e enchemos o colchão, acendemos a fogueira e começamos a preparar nosso banquete de comemoração de primeiro dia de viagem: Feijoada enlatada!

O jantar estava delicioso, e depois de mais algumas arrumações, por volta das 19h fomos nos deitar, ambos não tinham dormido bem na noite anterior e estávamos bem cansados.

FIM DO PRIMEIRO DIA

Bom senhoras e senhores, é isso por agora, comentem, xinguem, critiquem e se tiverem alguma história pra contar, fiquem à vontade para usar o espaço dos comentários para isso!Espero que curtam!Abraços

Gabriel Pipolo

Bem vindos ao nosso blog, espero que consigam sentir parte do que essa viagem foi para nós.Muitos nos conhecem (eu Pipolo e Zico) pelo parkour, outros por serem nossos amigos ou conhecidos, e outros ainda só clicaram no link por acidente, por isso usarei este post para fazer uma introdução ao que foi o nosso Percurso.

Era véspera de reveillon, e falando no msn com Zico começamos a conversar sobre a idéia maluca de passar a virada do ano em algum lugar remoto, no meio do mato, longe da óbvia ceia com a família.A partir dai começamos a bolar a idéia de fazer alguma viagem, meio sem rumo, pra explorar tanto nossas habilidades e conhecimentos quanto conhecer o mundo de uma forma diferente, descobrir os lugares nós mesmos.

A idéia foi crescendo e ambos descobrimos que tinhamos muitas idéias em comum quanto a esse assunto de viajar, de simplesmente seguir um caminho.O tempo passou, e a viagem só foi sendo adiada, os planos mudando, mas aos poucos parecia que o universo conspirava para que ela  acontecesse.Lembro do dia que o Zico me ligou no meio de uma tarde comum dizendo “advinha, cheguei no mercado pra comprar umas paradas e ouvi a mulherzinha anunciando ‘barracas, promoção por $50’ ” algo do tipo.Depois disso, começamos a nos organizar melhor, e a idéia da viagem que já tinha sido adiada por mais de um mês estava renascendo tão forte quanto antes.

Foi numa noite conversando no msn, que começamos a pesquisar lugares para onde ir, pretendiamos ir para a rodoviária e comprar alguma passagem para algum lugar, simples assim.Entrei no site da rodoviária tietê e cliquei aleatoriamente sobre algum lugar.Saiu Barroso, em Minas Gerais.Após uma breve pesquisa, descobri que o lugar era muito legal, cheio de trilhas, cachoeiras, bem as coisas que queriamos encontrar no caminho.Mas foi vendo um site sobre Barroso, que vi uma imagem da Pedra do Baú, que ficava em São Bento do Sapucaí (no site, dizia Campos do Jordão).

Não vou dizer que foi “amor à primeira vista”, mas o visual era incrível, e era no estado de São Paulo, o que tornava mais viável, já que tinhamos no máximo 10 dias para viajar.Foi ai que decidimos “Vamos pra Pedra do Baú!!!”

Como? Isso a gente pretendia descobrir no caminho, dei uma pesquisada meio por cima dos caminhos, a proposta da viagem era sair com pouquíssimo dinheiro, pra não dizer nada, e tentar economizar o máximo, tentar usar da lábia, do charme (uhu 😛 ) e óbviamente, das pernas…

Nas próximas postagens, além de comentários nossos, postaremos o diário da viagem, com fotos e no final um video, tudo pra tentar ilustrar ao máximo como foi e tentar transmitir o que sentimos.Nos falamos no próximo post!Abraços.

Gabriel Pipolo

Baú

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